O cão Elvis tinha 10 anos quando foi encontrado morto em frente à fazenda da família, em Sentinela do Sul, em novembro de 2007. Quem avisou foi o próprio réu: o agropecuarista Santiago Brasil da Veiga, que telefonou para o capataz da propriedade do advogado Alfredo de Mello Gomes da Rocha e contou que havia sacrificado o animal. Tudo porque, segundo ele, Elvis havia matado 12 ovelhas e ferido outras seis de seu rebanho, em um único ataque, horas antes.
O agropecuarista chegou a entrar com um processo na Justiça de Tapes contra a família do dono do labrador, exigindo indenização pela morte das ovelhas, mas o caso foi julgado improcedente, por falta de provas. Os donos garantem que, além de manso e acostumado a brincar com as crianças, Elvis era idoso e sequer teria energia suficiente para atacar um rebanho.
Dinheiro da indenização será dado a protetores de animais
Um dos agravantes considerados pelo magistrado foi o fato de o autor também ter degolado a cadela de outra vizinha, que tinha menos de 20 centímetros de altura e se chamava Pituxa, no mesmo dia. Em sua sentença, o juiz salientou que a medida tem um cunho pedagógico, “de modo que, ao mesmo tempo que pune o agressor, visa a impeli-lo de praticar a conduta de forma reiterada”. Ao questionar a prática, o juiz salienta que, “mesmo que o animal tivesse, de fato, atacado os ovinos, tal atitude proveniente de um ser irracional, que age de forma instintiva, não justificaria a atrocidade perpetrada pelo demandado, detentor de racionalidade.”
A família pretende doar o valor da indenização a uma organização que cuide de animais abandonados.
— A gente não queria o valor, queríamos a condenação e o reconhecimento do crime, para que este fato não ficasse em vão. Acreditamos que o juiz ficou sensibilizado pela crueldade — disse o também advogado Marcelo Hugo da Rocha, filho de Alfredo e um dos donos de Elvis.
O advogado de defesa, Eduardo Telechea, afirma que irá recorrer:
— No campo, é comum a prática de sacrificar animais que tiveram contato com sangue, porque depois não se consegue contê-los. A degola não foi por crueldade, a faca é um instrumento de trabalho.
Para a diretora do Movimento Gaúcho de Defesa Animal, Maria Luiza Nunes, a decisão é um marco, pelo alto valor da indenização, e merece ser comemorada:
— Nunca vi um valor tão alto envolvendo animais. Isso mostra que a consciência vem crescendo, para acabar com essa violência — elogiou.
Entenda o caso
• Novembro de 2007: no dia 15, depois de 12 ovelhas aparecerem mortas em sua propriedade, o agropecuarista Santiago Brasil da Veiga apanha o labrador e o degola com uma faca
• Março de 2008: o dono das ovelhas entra com um processo na Justiça de Tapes contra a família do dono do labrador, pedindo indenização. Ele exigia uma reparação equivalente a 495 ovelhas
• Setembro de 2008: a ação é julgada improcedente
• Setembro de 2009: a família do dono do labrador entra com processo pedindo indenização por danos morais pela morte do cão.
• Março de 2010: no dia 31, a Justiça condena o agropecuarista a pagar R$ 20 mil de indenização
Zero Hora, 13 de abril. Terça-feira
Na minha opnião R$ 20 mil é mto pouco para uma crueldade dessas, esse homem deveria ser preso, quando li isso fiquei com mta raiva, a minha vontade é de dar uma surra nesse desgraçado, mas como diz o ditado violência só gera mais violência, o juíz ao menos deu um "castigo" para esse safado. Deus quera que ele tenha aprendido alguma coisa e que tenha se arrependido!
."Como guardiões do planeta, é nossa responsabilidade lidar com todas as espécies com bondade, amor e compaixão. O que os animais sofrem através da crueldade humana está além da compreensão. Por favor, ajude a parar essa loucura"
Ator americano Richard Gere, também fundador da ONG Tibet House
4 comentários:
filho da puta tinha q pega esse infeliz mau amado e faze o msm 20 mil é poco pro castigo q ele merece devia bota ele na cadeia e deixa os caras come o cú dele e depois mata ele da msm forma q ele mato o cachorro
Realmente R$ 20.000,00 é pouco e o próprio Juiz reconheceu isto. Acontece que o processo correu no Juizado Especial e este é o teto para as ações que tramitam ali; não havia como conceder mais. Não há valor que pague a maldade e a covardia, mas temos que pensar que antes ações como a desse monstro ficavam impunes e eram consideradas normais, como ele mesmo falou. Condenações como esta podem e devem ser sinal de um novo tempo. É o que se espera... Beijos
Eu acho que já é um avanço um desgraçado desse ser condenado, mas é pouco.
Bj
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