quinta-feira, outubro 29

Nossos irmãos animais...

Não é sempre que vemos alguém falando sobre a alma
dos animais. Muitas religiões sequer aceitam que os
animais possuam alma, e as que aceitam, ainda começam
a engatinhar nesse novo tema, por isso talvez as
dezenas de dúvidas que ouvimos quando alguém se
coloca a falar sobre os animais.
Talvez uma das principais dúvidas é se eles voltam para
nós quando desencarnam. Sabemos que todos nós
estamos ligados por laços que nos unem uns aos outros,
sabemos que nessa ou em outra vida, nós humanos nos
encontraremos com nossos entes queridos.
O que nos diferenciaria então dos animais, se sabemos que
somos todos irmãos embora em escalas diferentes?
Irvênia Prada, médica veterinária espírita, em todas
as suas palestras sempre nos diz: Nós somos os tutores dos
animais, nossa responsabilidade é grande para com eles.
Ora, como tutores desses nossos irmãos, sabemos que
eles nos seguirão e que nos encontraremos sempre que
lhes for permitido, retornando sempre que possível para
nossos braços para um novo aprendizado, tanto nosso
quanto deles. Nem é preciso repetir aqui a historia de Chico
Xavier e seu cachorrinho que sempre lhe voltava aos braços.
Estamos ligados a eles pelos mesmos laços que nos
lgamos uns aos outros: Amor. É esse amor que vai fazer
com que cuidemos deles, de sua educação, de sua
evolução, de sua caminhada ao Pai. Assim como um dia
fomos tutelados pelos irmãos maiores, hoje tutelamos esses
nossos irmãos em sua jornada de aprendizado.
Se eles voltam? Sempre que podem, sempre
que lhes é permitido. Como sabemos?
Nem sempre o sabemos, mas há sempre um olhar,
uma brincadeira, um afago, um algo mais que os identifica.
Perdi há alguns anos um rottweiler muito querido, meu
amigo e companheiro, inteligente e carinhoso,
morreu em meus braços, me olhando, se despedindo.
Passaram-se dois anos de sua morte e estava eu num
parque quando, do nada, apareceu um cão sem raça,
todo preto e mancando de uma das pernas.
Seguia-a me para todo lado, direi que estava "sorridente",
pois a alegria em seus olhos era quase palpável.
Para onde eu ia, lá estava ele manquitolando e sorrindo para
mim. Todo mundo o apontava e apontava, logicamente, para
mim, afinal aonde eu ia, lá ia também ele aos saltos e latidos
Em determinado momento, resolvi ir para meu carro, e lá
foi o Michelangelo, nome com o qual o batizei em poucos
minutos, correndo na minha frente. Sem que eu dissesse
nada, postou-se o danado bem ao lado do meu carro,
sorrindo e abanando a cauda, ora olhando para mim, ora
para o carro. Disfarcei, pois sei que ele não tinha como
saber qual era meu carro, afinal eu o encontrara no meio
do parque, aliás, ele me encontrara.
Dirigi-me então a outro carro, do mesmo modelo, fingi que ia
abri-lo, Michelangelo não ligou, latiu e tornou a olhar
para meu carro como quem dissesse: Hei, você está no
carro errado, nosso carro é esse. Foi nesse instante que
vi, naqueles olhinhos, não o cão abandonado que me
olhava, mas meu rottweiler Renno, esperto e sorridente,
no mesmo carro que durante tanto tempo o tinha levado
aos veterinários. Enquanto eu olhava para meu

antigo amigo, ele mais do que feliz, notara o reconhecimento
e corria de mim para o carro e vice-versa. Não tive como
deixá-lo ali e quando chegamos em casa, notei que
não apenas seu olhar era o mesmo, mas seu modo de
brincar, de latir, de deitar, em tudo era Renno que havia
voltado e, pelos caminhos do destino, ele havia me
encontrado novamente. Ninguém em casa consegue

negar que Michelangelo é meu antigo rottweiler, noutra
roupagem, para um novo aprendizado e que, depois de
muito sofrer as ruas, agora vive num merecido repouso
entre aqueles que um dia já haviam sido seus donos.
Hoje já não mais me pergunto se eles voltam.
o, tenho certeza disso. Sim eles voltam.
Não importa como, nem importa a distância,
eles sempre dão um jeito de nos encontrar novamente.
Esses são os caminhos do amor, sempre entrelaçados
entre aqueles que aspiram à mesma coisa:
Erguer-se ao Pai em sua Jornada de amor.

Simoni Narde

2 comentários:

Gata Lili disse...

Hoje vim conhecer seu blog e adorei. Agora fica o convite para você conhecer o meu blog. Abs.

Carol Liôa disse...

"Não importa como, nem importa a distância,
eles sempre dão um jeito de nos encontrar novamente."

lindo!